Ministério Público Federal pede à CPI acareação entre Jefferson e Molina

28/06/2005 - 19h51

Brasília - O Ministério Público Federal pediu hoje ao presidente da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que faça uma acareação entre o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o ex-professor da Escola Naval Arlindo Molina.

Arlindo Molina é suspeito de tentar extorquir dinheiro de Roberto Jefferson, utilizando-se da filmagem em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho é flagrado recebendo propina de supostos empresários. A fita deu origem às denúncias. No dia 3 de maio, Molina foi até o gabinete de Jefferson, acompanhado do senador e líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e do assessor deste, Henry Carvalho.

Hoje de manhã, Ney Suassuna prestou depoimento no Ministério Público. Segundo nota da assessoria do senador, ele disse que falou com Jefferson "uma única vez, atendendo a uma solicitação do 'comandante' Molina, que argumentou ao senador que a audiência trataria de uma possível aliança política entre PT e PMDB no Estado do Pará".

O assessor Henry Carvalho, que também participou do encontro com Roberto Jefferson, presta depoimento no Ministério Público quinta-feira (30), às 9 horas. No mesmo horário, depõe Jairo Martins, suspeito de participar da gravação da fita que deu origem às denúncias.

A Polícia Federal deve ouvir Marcos Valério amanhã (29), aproveitando a estada do publicitário em Brasília. Marcos Valério de Souza presta depoimento na Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara dos Deputados.

De acordo com o relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a comissão vai rastrear as contas do publicitário para saber a origem dos R$ 20,9 milhões que teriam sido sacados em espécie das contas das empresas DNA e SMP&B Comunicação.