Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Cerca de 30 alunos do curso de Medicina da Universidade Estadual do Amazonas e da Universidade Nilton Lins assistiram hoje à primeira aula do projeto Telemedicina da Amazônia. Eles acompanharam, em um auditório do Centro Técnico Operacional (CTO) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), uma aula de patologia realizada na Universidade de São Paulo (USP), que também foi transmitida para Boa Vista (RR), Parintins (AM) e Maringá (PR).
"É muito interessante ver o bate-bola que existe entre todos os personagens do estudo", disse Swammy Mitoso, que está no último período do curso. Segundo o presidente do Conselho Federal de Medicina no Amazonas, Edson Andrade, esse sistema de teleaulas começou no Paraná, mas ganhou força em São Paulo. "A idéia é esse pólo começar no Amazonas e se expandir para transmitir conhecimento e tecnologia a Roraima, ao Acre e a Rondônia", disse ele.
A primeira aula é um "teste fino" na rede de comunicação do projeto. De acordo com Edson Andrade, o próximo passo é a elaboração de uma grade de programação para a transmissão regular de teleaulas a 70 pontos espalhados pela Amazônia Legal. "Queremos chegar ao homem do interior, ao médico, ao aluno que está se formando", afirmou. As bases de recepção e transmissão de dados fazem parte dos 700 terminais de usuários espalhados do Sipam, que dispõem de computador com intranet e aparelho de telefone e fax cuja comunicação em rede é feita por satélite.
"São 5,5 milhões de quilômetros quadrados cobertos pelo sistema, mas o Telemedicina precisa de um equipamente extra, que já tinha sido instalado em 70 pontos pelo projeto Telesaúde", explicou o gerente do Centro de Tecnologia Operacional de Manaus do Sipam, Estevão Monteiro de Paulo. O projeto TeleSaúde é uma iniciativa do Sipam e do Exército Brasileiro – que agora recebe o reforço do projeto Telemedicina.
O coordenador do Pólo de Telemedicina do Amazonas, sediado na UEA, Cleinaldo Costa, informou que o piloto do projeto Telemedicina ocorrerá em setembro. "Doze alunos dos cursos de Medicina, Odontologia e Enfermagem passarão 21 dias em Parintins, fazendo atendimento médico primário. Eles mandarão para cá resultados de exames, texto, áudio e imagem com dados dos pacientes. E, assim, nós poderemos emitir uma segunda opinão médica, que ajudará no tratamento", explicou ele.
Além disso, a partir de setembro, as teleaulas e o sistema de segunda opinão à distância serão utilizados pelos 120 alunos da UEA que cursarão a disciplina internato rural, na qual eles permanecem 73 dias em municípios do interior do estado.
O projeto Telemedicina da Amazônia é fruto de uma parceria entre a USP, a UEA, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o CFM e o Sipam.