Ciganos brasileiros pretendem ser reconhecidos como cidadãos

28/06/2005 - 14h07

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um grupo ainda pouco conhecido – mas que está no imaginário dos brasileiros – é o dos ciganos. Segundo o representante do povo cigano no Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial, Cláudio Iovanovitchi, há cerca de 600 mil ciganos no Brasil sem acesso aos serviços de assistência prestados pelo poder público.

"As pessoas quando falam em cigano têm na cabeça um povo que rouba criancinha e que só sabe ler a mão, e não é isso. Eles têm valores de ancestralidade, a questão da cultura e musicalidade, iniciativas próprias de tratamentos das suas doenças", diz o coordenador-executivo da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Jorge Carneiro.

A principal demanda do grupo é o direito ao registro de nascimento. Essa e outras demandas serão levadas à 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. O registro de nascimento é mote inicial para a aquisição de outros documentos necessários para o exercício da cidadania dos ciganos – algo ainda mais difícil por eles não terem endereço fixo.

Segundo Carneiro, indicadores apontam que a população cigana tem um índice de 90% de analfabetismo. Eles também querem ter acesso aos programas sociais do governo.

A 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial acontece a partir de quinta-feira (30) até o dia 2 de julho, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, Brasília.