Chefe da Polícia Rodoviária em Manaus é exonerado sob suspeita de liderar esquema de propinas

28/06/2005 - 12h15

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - O chefe de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Amazonas Jones Andrade de Menezes foi exonerado hoje (28) de sua função. Ele e outros dezessete policiais rodoviários federais - o que corresponde a um terço do efetivo do estado - foram presos ontem pela Polícia Federal (PF), na chamada Operação Mercúrio (deus do comércio e dos transportes). A operação investiga um esquema de cobrança e pagamento de propinas que envolvia policiais rodoviários e vinte empresários e funcionários do setor de transporte de cargas, que também estão detidos.

O delegado coordenador da operação, Osmar Melo, afirma que Jones era o líder do esquema de corrupção. "Ele ditava as regras, as irregularidades verificadas nos postos de fiscalização eram levadas a seu conhecimento, para que Jones determinasse quais seriam liberadas". Todos os dezoito policiais foram indiciados pelos crimes de extorsão qualificada, formação de quadrilha e corrupção passiva. O assessor de comunicação da PRF, Ricardo Torres, informou que o corregedor-geral da Polícia Rodoviária, Marcelo Gladson Pires, solicitou à PF cópias de alguns documentos para que seja aberto um processo administrativo-disciplinar contra os policiais detidos.

A assessoria informou ainda que nos 44 mandados de busca e apreensão executados ontem foram apreendidas 62 carretas nos pátios de empresas transportadoras, todas elas adulteradas - com modicificações no chassi ou na placa, por exemplo. O delegado Melo declarou ontem que há indícios de que essas transportadoras estejam envolvidas com contrabando de madeira e de carvão e com roubo de veículos. As transportadoras investigadas são: Chibatão, Cometa, Thimbar, M.L.F Transportadora, Aerotrans, Translog, Hebron, Transcearense, J.R. Transportes, Oliva Pinto e Amatur.

Segudo a assessora de imprensa da Polícia Federal, Cristina Amazonas, continuam os depoimentos dos 38 detidos pela operação, cujo conteúdo até o momento não foi divulgado.