Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A redução dos focos de pressão na inflação atual e a melhora no cenário externo foram os principais fatores determinantes para o fim do processo de elevação da taxa básica de juros (Selic), que vinha ocorrendo mês-a-mês, desde setembro do ano passado, e que aumentou a taxa de 16% para 19,75% ao ano.
Isso é o que explica a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada. O documento, distribuído hoje (23) pelo Banco Central, menciona que apesar do recente aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, diminuíram os riscos para convergência da inflação à trajetória de metas.
De acordo com a ata, o ciclo de reajustes dos juros básicos já se faz sentir no comportamento dos preços, "não havendo, portanto, necessidade de prosseguir com o processo de ajuste". Além do mais, acrescenta que a expansão da atividade econômica terá ritmo menor, mais condizente com as condições de consumo, de modo a não pressionar a inflação.
A decisão do colegiado do BC foi unânime no sentido de parar com as elevações da taxa de juros, embora todas as projeções de consultorias e instituições financeiras projetem Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual acima do objetivo oficial de 5,1%; mesmo considerando a permanência da Selic nos atuais 19,75% e o dólar cotado a R$ 2,47.
Eles entenderam – de acordo com a ata – que houve melhora significativa nas projeções inflacionárias, a começar pela surpresa positiva da inflação de maio, registrada em 0,49% (bem abaixo dos 0,87 de abril), influenciada pela redução do preço do álcool anidro. Queda oinfluenciada pelo barateamento do álcool (-5,42%) e da gasolina (-0,64%) nos postos de combustíveis.