Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A proposta de ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), apresentado pelo G4 (grupo de países formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia) não deve, a partir de agora, sofrer nenhuma alteração importante. "Talvez um ajuste aqui, outro acolá, mas a essência da proposta será essa", garantiu o embaixador José Vallim Guerreiro, do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista à Agência Brasil. A aceitação ou não da proposta deve ocorrer em votação da Assembléia Geral da ONU no mês de julho.
O projeto apresentado pelo G4 propõe a inclusão mais seis países como membros permanentes no Conselho de Segurança (CS) da ONU: dois africanos (ainda não definidos) e mais os membros do G4. Também sugere o aumento de 10 para 14 no numero de países não permanentes no conselho. Hoje, o CS é formado por cinco membros fixos: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, e mais dez países não permanentes, o que totaliza 15 países.
O embaixador Vallim Guerreiro afirmou também que o G4 não busca uma solução consensual com os países do grupo "União para o Consenso" (composto por Paquistão, Itália, México e Argentina), que concorrem com os membros do G4 a novos assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.
"Essas negociações não ocorrem porque existem premissas que são fundamentalmente opostas. Então não há possibilidade de haver um desfecho favorável de qualquer negociação. Está claro que esse assunto não se resolve por consenso. E jamais se chegará a ele", afirmou o embaixador.