Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Rio - Três mil e duzentos funcionários dos quatro mil servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aderiram à paralisação de 24 horas nesta quinta-feira. Eles tentam evitar os cortes nos salários que devem ocorrer este mês por causa de uma decisão do Tribunal de Contas da União, que mandou suspender o pagamento de gratificações; algumas recebidas há 13 anos. Entre elas, o adicional de insalubridade, que corresponde a 10% dos salários e a vantagem por dedicação exclusiva, que varia de R$50 a R$320.
"Essa atitude do TCU de mandar retirar dos contra-cheques valores que os servidores recebem há mais de 13 anos de maneira autoritária , sem uma alegação para isso, é um absurdo", criticou o vice-diretor da associação dos funcionários da Fiocruz , Paulo César Ribeiro.
Ele disse ainda que o TCU também proibiu a Fiocruz de pagar uma diferença de 26% , relativa a perdas causadas pelo plano Bresser, aos funcionários concursados a partir de 1996. Com essa decisão, 600 servidores que exercem o mesmo tipo de atividade que outros ganham salários 26% mais baixos.
De acordo com Paulo César Ribeiro a proposta da categoria é de que seja criada uma gratificação nesse mesmo valor para igualar os salários dos funcionários atingidos com decisão do Tribunal.
Com a paralisação estão funcionando, em regime de plantão, o hospital materno-infantil Instituto Fernandes Figueiras, zona sul da cidade, e o Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, especializado em doenças infecto-parasitórias, que funciona no Campus, em Manguinhos.
Na próxima terça-feira os servidores fazem uma assembléia para avaliar o andamento das negociações, e eles não afastam a possibilidade de uma greve, por tempo indeterminado.