Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Esposas de militares das Forças Armadas deixaram há pouco a Praça dos Três Poderes e estão se dirigindo ao Ministério do Planejamento. Elas estiveram por cerca de meia hora em frente ao Palácio do Planalto, onde despacha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, protestando contra o parcelamento do reajuste salarial de 23%.
Segundo a secretária-geral da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Uemfa), Ângela Lutz, o pagamento do reajuste foi prometido para março deste ano. Ela disse que há especulações de que este percentual seria dividido em 13%, pagos em julho, e 10% pagos em janeiro. "O ideal mesmo, para repor nossas perdas, é que se pagasse o reajuste de 23% do ano passado e concedesse reajuste de 40%", disse Ângela.
"Nós estamos aqui para dizer que não vamos desanimar", afirmou a presidente da entidade, em Anápolis, Marilda Tabaco. Ela chegou à Brasília hoje, acompanhada de 60 esposas de militares da cidade, que fica a 20 quilômetros de Goiânia, capital do estado. A comitiva que foi ao Planalto é composta de cerca de 100 mulheres, sendo o restante de Brasília e Fortaleza.
As mulheres dos militares usaram um carro de som e apitos para que o presidente ouvisse suas queixas. O gabinete do presidente Lula não fica de frente para a Praça dos Três Poderes. Ao redor delas, havia uma fileira de policiais militares do Distrito Federal. Os seguranças do Palácio do Planalto também se alinharam próximos à rampa de acesso.
No último dia 10, as mulheres da Unemfa estacionaram um ônibus em frente à rampa, em forma de protesto, surpreendendo a segurança do Planalto. "Foi a Operação Cavalo de Tróia, queríamos mostrar que é fácil chegar ao Palácio do Planalto. Pode ser que a gente repita a operação", afirmou a secretária-geral da Unemfa.
O acampamento das mulheres dos militares continua de pé na Esplanada dos Ministérios. Elas estão ali há 57 dias e, nesse período, já foram atendidas por mais de uma vez pelo ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar. "Ele está sensível à nossa reivindicação, mas até agora não conseguimos nenhuma resposta positiva por parte do presidente", disse Ângela.