Denúncias de exploração sexual de crianças crescem após distribuição de cartilha sobre o assunto

23/06/2005 - 9h32

Rosamélia de Abreu
Repórter da Voz do Brasil

Brasília - As denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes em cidades como Recife, Fortaleza e Belém cresceram após a distribuição nas escolas públicas de um Guia Escolar, elaborado pelo Ministério da Educação e Secretaria Especial de Direitos Humanos, segundo o coordenador-geral de Ações Educacionais Complementares do ministério da Educação, Leandro Fialho.

Esse tema, segundo Fialho, não era trabalhado com os professores. "Em Recife, Fortaleza e Belém, onde trabalhamos com projetos específicos com o Guia, tivemos resultados positivos. O número de denúncias nessas cidades aumentou porque nestas localidades trabalhamos mais focados".

O Guia Escolar Métodos para Identificação de Sinais de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes traz informações sobre como identificar sinais de abuso e exploração em crianças e adolescentes.

Segundo Fialho, as crianças passam grande parte do tempo na escola e por isso é preciso dar condições aos professores de identificar o problema. "A escola é um dos locais com maior convivência, onde as crianças ficam a maior parte do tempo e criam vínculos com o professor. Então uma forma eficiente para enfrentar o problema é preparar o professor para reconhecer sinais de abuso sexual e violência nas crianças e adolescentes" explica o coordenador-geral.

O coordenador detalha que as meninas que sofrem abuso sexual apresentam alguns sintomas. "Quando a menina urina demais, vai muito ao banheiro, sente dores nos órgãos genitais e fala muito em sexo, esses podem ser indícios de abuso sexual. Mas é preciso encaminhar a criança para um psicólogo, para verificar se isso procede ou não", informa.

O Guia pode ser solicitado por escolas públicas e particulares, conselhos tutelares e organizações não governamentais pelo endereço eletrônico guiaescolar@mec.gov.br ou na página na Internet da Secretaria Especial de Direitos Humanos no endereço www.planalto.gov.br/sedh