Corruptos terão punição exemplar, sejam adversários ou aliados, afirma presidente

23/06/2005 - 19h55

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a punição para o corrupto deve acontecer "sempre" e "de forma exemplar". "Seja ele quem for, venha de onde vier, seja adversário ou aliado", afirmou hoje (23) o presidente, em pronunciamento à nação, com duração de cerca de dez minutos, transmitido em cadeia de rádio e televisão pouco após as 20h.

O presidente disse que está em curso no país uma "investigação profunda", feita pela Polícia Federal, e "reforçada" pelos parlamentares na Comissão Parlamentar de Inquérito – em referência à CPI dos Correios, criada para investigar a veracidade de uma gravação divulgada pela imprensa em maio, em que um ex-chefe dos Correios recebia suposta propina de empresários e falava sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo o PTB. "Logo, logo, para o bem do Brasil, (essa investigação) saberá separar o joio do trigo, o bem do mal, a verdade da mentira", completou Lula.

O presidente disse garantir duas coisas: a punição dos que forem considerados culpados por essas investigações e o prosseguimento das ações de combate aos desvios. "Garanto a vocês: se houver gente que tenha cometido desvios de conduta, usarei toda a força da lei", afirmou ele. Lula completou em seguida: "E garanto a vocês que, enquanto eu for o presidente do Brasil, todos os órgãos do governo, os ministérios, a Polícia Federal, todas as nossas instituições democráticas estarão, sempre, cada uma em sua área, empenhadas em examinar as denúncias, investigar, e se necessário for, punir exemplarmente".

Lula pediu ainda aos brasileiros que evitem generalizações: "Em momentos críticos como o atual, parece que tudo se nivela por baixo. Parece que todas as pessoas são iguais. Mas isso são apenas aparências". Ele disse acreditar que o país já tem "maturidade para corrigir seus próprios erros" e lembrou a importância do papel da imprensa nesse processo: "Feliz do país que tem uma imprensa livre e democrática que a tudo pode acompanhar, fiscalizar e investigar. Sou daqueles que acreditam que a verdade sempre prevalece, mais cedo ou mais tarde".