Saúde e Unesco lançam livro sobre políticas adotadas no controle de HIV/Aids

21/06/2005 - 18h39

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília, 21/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançaram nesta terça-feira o livro Respostas aos Desafios da Aids no Brasil: limites e possibilidades. Trata-se de uma análise do papel da sociedade civil e das organizações não-governamentais (ONGs) em relação às políticas públicas adotadas para controle de HIV/Aids, com depoimentos de gestores e críticas ao processo. Os estudos foram realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia, Pará e Rio Grande do Sul.

O representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Jorge Werthein, destacou a parceria com as ONGs no programa: "Essa pesquisa mostra que sem a particiação de organismos não-governamentais, o programa de Aids no Brasil não teria chegado ao ponto em que chegou. É a primeira vez que algum país no mundo faz essa análise do papel da sociedade civil no controle de HIV/Aids".

De acordo com o diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, uma das recomendações do livro é quanto à licença compulsória de medicamentos, "alertando o Brasil para a necessidade de manter a sustentabilidade do programa e do acesso aos medicamentos por meio dos mecanismos legais existentes, tanto nacionais quanto internacionais, para que sejam utilizados e implementados no país".

Cherquer informou que dois novos medicamentos foram incorporados ao tratamento, um deles de alto custo, e que já foram repostos os recursos que faltavam ao Ministério da Saúde para o atendimento das 160 mil pessoas em tratafirmou que os recursos que estavam faltando no Ministério da Saúde já foram repostos para que atender as 160 mil pessoas em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados do Ministério da Saúde informam que entre 1980 e 2004 foram registrados cerca de 360 mil casos de infecção por Aids no Brasil. Em 2003, o estudo mostrou que a cada 100 mil homens, 22,6 tinham a doença e a cada 100 mil mulheres, 14 estavam contaminadas. Já a mortalidade por Aids foi 2% maior em 2003 do que a registrada no ano anterior, com aproximadamente 11 mil óbitos. Foi observado ainda o crescente número de mulheres infectadas nas regiões Sul, Norte e Nordeste.