Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O reajuste de 22% no salário dos previdenciários, que está sendo pago este ano pelo governo federal, beneficiará apenas metade da categoria, afirma o membro do Comando de Greve estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência (Sinsprev), em São Paulo, Ezequiel Barbosa.
O ministro da Previdência, Romero Jucá, afirmou no início de junho, quando começou a paralisação, que este era o maior aumento que o governo poderia conceder. "Nós já contratamos mais de 900 servidores e 1.500 médicos peritos este ano. O incremento da folha salarial dos servidores será de 22% até dezembro, portanto um valor bem maior do que qualquer tipo de correção de inflação e maior que o aumento real do salário mínimo".
Barbosa diz, no entanto, que os 22% beneficiarão este ano apenas metade dos servidores da Previdência. Segundo ele, o acordo firmando na última greve, em 2003, refere-se ao cumprimento do Plano de Cargos e Carreira de Salário (PCCS). "Conquistamos o PCCS na greve de 1987, na gestão de Raphael de Almeida Magalhães, mas ele nunca era implementado". Mas cerca de metade da categoria dos previdenciários conseguiu na Justiça os valores referentes ao plano, ao longo dos anos.
"Reivindicamos que o restante recebesse o reajuste e o governo aceitou pagar em quatro parcelas. Em maio foi paga a terceira parcela. Em novembro, com a segunda parcela, toda a categoria terá o PCCS incorporado em seu holerite. Mas não é todo mundo que vai receber. Eu, por exemplo, já tinha ganhado juridicamente e não recebo esses 22%. Meu aumento é de 0,01%", explica Barbosa.