Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio – A Petrobras divulgou nota oficial, hoje (21), informando que "em momento algum responsabilizou quaisquer diretores pelos prejuízos decorrentes de contratos assinados" para a construção de usinas termelétricas durante o racionamento.
A estatal destaca no texto que os contratos foram aprovados pela diretoria em conseqüência de um cenário de crise energética. Porém, com a mudança do cenário pós-racionamento que afetou todo o setor elétrico, "os contratos tornaram-se desequilibrados econômica e financeiramente para a Petrobras, fato que foi devidamente comunicado ao mercado em dezembro de 2002".
Segundo a Petrobras, dois contratos com as termelétricas já foram renegociados pela atual diretoria. O último e terceiro contrato, feito com a americana El Paso, proprietária da usina Macaé Merchant, ainda está sendo negociado.
Na semana passada, o líder do PT no Senado e presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), rebateu, em plenário, as acusações de que teria causado prejuízos à Petrobras durante o período em que atuou na diretoria de Gás e Energia da estatal, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
As denúncias, publicadas na imprensa, apontavam que as negociações com termelétricas causaram prejuízo em torno de R$ 2 bilhões. Delcídio Amaral responsabilizou Ildo Sauer, atual diretor de Gás e Energia da Petrobras, pelas denúncias divulgadas na mídia.
Segundo Amaral, os contratos feitos na época foram claros e projetados em um momento de racionamento de energia. "Davam liberdade absoluta para que a própria Petrobras, se o cenário mudasse, se o racionamento terminasse, tivesse total condição de renegociar esse contrato", explicou. Ele afirmou ainda que, quando a atual diretoria assumiu, a situação no país era muito diferente, com reservatórios cheios.