Pesquisa do IBGE indica que menos de 10% das indústrias do país investem em tecnologia

21/06/2005 - 12h51

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - Das 139 mil empresas industriais no país, menos de 10% investem em tecnologia e inovação. A Pesquisa Industrial Anual 2003 divulgada nesta terça-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que apenas 9,9% das indústrias brasileiras são consideradas de alta intensidade tecnológica, investindo entre 0,96% e 2,72% de sua receita líquida de vendas em pesquisa e desenvolvimento.

Neste grupo estão empresas voltadas para a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) que, em 2003, investiram três vezes mais do que a média da indústria nacional. Segundo a pesquisa, essas indústrias aplicaram em investimentos R$ 1,47 milhões, contra R$ 447 mil da média nacional. Apenas 14,78% dos trabalhadores ocupados na indústria do país pertencem a essas empresas porque, segundo o IBGE, há uma relação direta entre maior tecnologia e menor necessidade de funcionários.

Na outra ponta, as empresas de baixa intensidade tecnológica, que em 2003 tiveram um gasto médio em pesquisa e desenvolvimento de apenas 0,21% do faturamento, representam 52,26% do total da indústria nacional. Este grupo tem uma receita 40% inferior à média do país (R$ 4,3 milhões contra R$ 7,1 milhões). Os investimentos destas empresas são 45% menores do que a média (R$ 244 mil contra R$ 447 mil), mas elas detêm 45,72% do pessoal ocupado no setor industrial.

A pesquisa do IBGE classificou as empresas em alta intensidade tecnológica, média alta, média baixa e baixa intensidade. Os resultados mostraram que a indústria brasileira é muito concentrada em atividades de baixa e média baixa tecnologia. Nesta última categoria os destaques são as atividades de siderurgia e metalurgia. Entre as indústrias de baixa intensidade tecnológica estão atividades como produtos têxteis, alimentícios, edição e impressão, bebidas e elaboração de combustíveis nucleares. No grupo de média alta intensidade tecnológica estão as indústrias química e farmacêutica.

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