Movimentos sociais lançam documento contra a corrupção

21/06/2005 - 19h53

Bianca Paiva
Da Agencia Brasil

Brasília – A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) divulgou hoje o documento "Carta ao povo brasileiro". Ela propõe a mobilização popular "contra a desestabilização política do governo" e contra a corrupção. A carta aponta que "as elites iniciaram uma campanha para desmoralizar o governo e o presidente Lula".

Segundo o coordenador do MST, João Pedro Stédile, os movimentos sociais estão muito preocupados com a situação do país. "Nós nos reunimos e propomos ao conjunto de poderes que aproveite o momento de crise para que se façam mudanças em várias áreas. Esperamos que o governo opere suas ações políticas buscando apoio na sociedade. É isso que nós pretendemos dizer ao presidente amanhã", disse.

Stédile também afirmou que os movimentos sociais não acreditam na "história do mensalão" – o suposto esquema de pagamento de mesada pelo PT a parlamentares do PL e do PP. O presidente da CUT, Luiz Marinho, acrescentou que "a quantidade de dinheiro envolvido é exorbitante", e disse não acreditar na "capacidade do PT de levantar e mobilizar essa quantia".

A carta defende ainda uma ampla investigação de todas as denúncias de corrupção que estão sendo analisadas pelo Congresso Nacional e a punição dos culpados, além de mudanças na política econômica. Ela destaca prioridade nos direitos sociais e reformas políticas democráticas.

Os integrantes da CMS esperam entregar, ainda hoje, o documento ao presidente do Senado, Renan Calheiros. Eles também querem ter uma audiência amanhã com o presidente Lula.

Compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais 42 entidades. Entre elas: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).