Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - Depois de sucessivos recordes iniciados em dezembro do ano passado, quando se atingiu média de 20 mil veículos por mês, as conversões de veículos leves para usar o Gás Natural Veicular (GNV) no país voltaram no último mês de maio à média anterior a esse período, somando 16.236 unidades. Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás e mostram que o resultado de maio elevou a frota nacional movida a GNV a 937.338 veículos.
O coordenador do Comitê de Gás do instituto, Rosalino Fernandes, diz que o resultado ficou acima do esperado, tendo em vista o impacto causado pela crise da Bolívia e a safra do álcool, que leva o preço desse combustível a ficar mais baixo no período que o do gás, em algumas regiões. Em São Paulo, por exemplo, segundo ele, o litro do álcool é vendido a R$ 0,88, enquanto o metro cúbico do gás está custando R$ 1,10.
A expectativa de Fernandes é que o volume de conversões em junho cairá para cerca de 15 mil veículos, voltando a subir a partir daí. Segundo ele, essa situação de quase equiparação dos preços dos dois combustíveis se estenderá até julho ou agosto, quando o preço do álcool deverá voltar a subir. "Esse é um fator perturbador", explica.
O instituto prevê que será alcançada ainda este ano a previsão de 1 milhão de carros convertidos para o GNV no país, mesmo com esses fatores. Segundo Fernandes, a previsão, traçada a partir de estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, em 2000, poderá ser atingida entre outubro e novembro. O IBP também estima que entre agosto e setembro as conversões de veículos para GNV retornarão à média de 20 mil veículos por mês.
Em maio, o Rio de Janeiro liderou o ranking de conversões por estados, com 6.991 conversões para uma frota de 438.394 carros movidos a GNV. São Paulo aparece em segundo lugar, com 4.495 conversões, seguido de Santa Catarina, com 1.018 conversões.
Segundo Fernandes, entre as vantagens apresentadas pelo uso de GNV estão a redução de emissões de poluentes na atmosfera causadores do chamado efeito estufa. Combustível mais barato que a gasolina e o álcool em períodos normais, o GNV apresenta também autonomia maior: com um metro cúbico de gás um automóvel roda entre 12 a 13 quilômetros, enquanto, com um litro de álcool, o rendimento é de apenas sete quilômetros, segundo o IBP.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás é uma entidade privada formada por várias empresas privadas e públicas do setor, entre as quais a Petrobrás.