Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As contas externas do país tiveram saldo positivo (superávit) de US$ 178 milhões no mês passado, depois de computadas todas as transações comerciais e financeiras, incluindo os juros da dívida.
É o que revela o relatório de maio, divulgado hoje (21) pelo Banco Central (BC), ressalvando que mais uma vez o destaque foi a balança comercial, pois as exportações superaram as importações em US$ 3,451 bilhões no mês.
O volume de recursos é mais que suficiente para pagar os US$ 2,3 bilhões referentes a remessas líquidas de renda para o exterior, que aumentaram 35,4% em relação a maio de 2004, além dos gastos líquidos com serviços lá fora, no total de US$ 829 milhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ressaltou que o resultado foi muito bom, considerando-se que o saldo de contas correntes em abril foi negativo em US$ 509 milhões. Mas, no acumulado janeiro-maio, o superávit soma US$ 10,063 bilhões, contra apenas US$ 2,183 bilhões no mesmo período do ano passado.
Esse desempenho leva o BC a rever algumas de suas projeções para o ano, de acordo com Altamir. Caso, por exemplo, das transações correntes (comerciais e financeiras) que tiveram superávit de US$ 615 milhões em maio, que deve aumentar para algo em torno de US$ 1 bilhão neste mês, conforme o economista do BC.
A autoridade monetária também reviu para cima sua projeção de exportações para este ano: de US$ 105 para US$ 108 bilhões, uma vez que as vendas externas "vêm crescendo mais do que imaginávamos, num ritmo muito forte", segundo Altamir.
A expectativa, acrescentou, também é promissora com relação à entrada de investimentos estrangeiros diretos, que somaram US$ 711 milhões em maio e já acumulam US$ 850 milhões neste mês, com previsão de chegar a US$ 1,2 bilhão no fechamento de junho.
O total de investimentos estrangeiros diretos chega a US$ 7,238 bilhões de janeiro a maio, e o bom desempenho do momento leva o BC a reafirmar a previsão de US$ 16 bilhões até o final do ano.