Comissão de Direitos Humanos recomenda uma sindicância nas empresas de segurança do Ceará

21/06/2005 - 16h26

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana recomendou hoje (21) que seja realizada uma rigorosa sindicância nas empresas de segurança privada do Ceará. O grupo acompanha as investigações sobre a existência de um grupo de extermínio em Fortaleza. O conselho é vinculado à Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República.

O professor de Direito Penal e integrante do Conselho, Humberto Espínola, afirma que muitas empresas do estado empregam ou são comandadas por policiais. "Se houver um trabalho no estado do Ceará para coibir essa atividade, será emblemático para o restante do país". O relatório da comissão também sugere que o conselho continue acompanhando os trabalhos para combater os grupos de extermínio no estado.

Uma gravação feita com autorização judicial apontou o comandante da 1ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar, major José Ernani de Castro Moura, como chefe de um grupo formado por policiais militares que atuava como uma milícia privada, a serviço de uma rede de farmácias da capital. Segundo as informações, o grupo supostamente comandado pelo major também "vendia" segurança e até executava missões oficiais, como a desocupação de terrenos invadidos por sem-teto.

No último dia 7, seis dos sete envolvidos no grupo de extermínio foram presos. O Ministério Publico Estadual também denunciou outros cinco suspeitos. As investigações começaram em 2002, com a morte do garçom Antonio Mendes de Araújo, confundido com um assaltante.