PF diz que Operação Tâmara desarticulou quadrilha internacional

20/06/2005 - 18h40

São Paulo, 20/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - Está desarticulada a quadrilha formada por traficantes internacionais presos no Brasil durante a Operação Tâmara. A afirmação é do delegado Júlio Bortolato, da Polícia Federal. Ele coordenou a operação que prendeu 17 pessoas em São Paulo e Santos (SP) e nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. "Esse grupo vai responder por tráfico internacional de drogas e formação de quadrilha", declarou Bortolato.

As prisões realizadas na sexta-feira (17), de acordo com o delegado, resultam de 11 meses de investigação em parceria com a PF da Alemanha e com a agência antidrogas dos Estados Unidos. Duzentos policiais federais participaram da operação. As investigações apontam que quase todos os integrantes da quadrilha são de origem árabe; que a cocaína vinha do Paraguai e Bolívia; e que cerca de 1,2 tonelada da droga eram transportadas por ano para a Europa e o Oriente Médio, pelos aeroportos do Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Recife.

Ainda segundo o delegado, a organização criminosa era dividida em três células que estavam localizadas em São Paulo. E era formada por cinco famílias – Chams, Diab, Kassen, Handan e Ahmad – que saíram do Líbano na década de 80 para o Brasil e a Suíça, e daí para a Alemanha.

Os presos serão encaminhados a custódia na sede da PF na capital paulista, exceto o traficante Hassan Chams, detido em flagrante em Foz do Iguaçu (PR). Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O delegado informou também que dos 17 presos, nove possuem mandado de prisão preventiva para extradição, solicitada pelo governo alemão por tráfico internacional de entorpecente. Durante a operação, a PF apreendeu documentos falsos, computadores, armas, um barco de valor estimado em US$ 200 mil, drogas e cerca de US$ 300 mil em dinheiro.

A escuta telefônica com autorização da Justiça, acrescentou Bortolato, exigiu um tradutor para identificar os membros da quadrilha, que se comunicavam em árabe.