São Paulo, 20/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) reúne-se amanhã (21), em Brasília, para montar um calendário de atos em favor do governo brasileiro e contra as denúncias de corrupção feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)contra o PT e membros do governo. Na reunião, a CMS vai discutir também a integração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao movimento.
Fazem parte da Coordenação dos Movimentos Sociais o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras entidades.
Na ocasião, a CMS vai divulgar a Carta ao Povo Brasileiro, um documento em que defende a mobilização popular pela apuração das denúncias de corrupção, mudanças na política econômica e reforma política. Na última sexta-feira (17), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista divulgou nota de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantindo a ele total confiança e apoio da base do sindicato.
A nota dos sindicalistas ressalta uma possível intenção de golpe contra o governo. "O espírito golpista que se percebe nas investidas dos que foram apeados do poder em 2002, estimulado por setores corruptos da mídia, enfrentará tenaz resistência da nação brasileira, caso as elites derrotadas tentem interromper ou bloquear o processo democrático de mudanças hoje em curso, que custou aos trabalhadores décadas de lutas e sacrifícios", diz a nota.
Segundo um dos membros da coordenação do CMS, Antonio Carlos Spis, da CUT, serão realizadas em todo o país mobilizações em protesto contra a suposta tentativa de golpe contra o governo. A primeira será no dia 1º de julho, no congresso da UNE, em Goiás. "Vamos também definir uma nova data para uma mobilização nacional de denúncia contra esses setores que tentam desestabilizar esse projeto político que nós continuamos apoiando", afirmou Spis.
Para a CMS. a tentativa de golpe não deve se realizar devido às reações do governo e dos movimentos sociais. "Há uma garantia de se consolidar esse governo, e nós queremos mais que isso. Nós queremos a reeleição em 2006", disse Spis.
De acordo com o sindicalista, por causa das demonstrações de investimento em políticas sociais e de mais respeito aos movimentos sociais e sindicais, os partidos de direita não querem a permanência do PT no governo. "As pessoas não entendem que garantir um novo mandato de Lula pode significar uma guinada ainda maior nessa direção, com maior alocação de recursos, políticas sociais e novas medidas que se contrapõem aos objetivos da direita".