Primeira Estação da Juventude no Rio será voltada aos jovens da Rocinha e do Vidigal

19/06/2005 - 9h07

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - Jovens de 18 a 24 anos das comunidades da Rocinha e do Vidigal, na capital fluminense, locais onde há freqüentes conflitos entre traficantes e polícia, vão fazer parte da primeira Estação da Juventude do programa Pró-Jovem na cidade, uma parceria entre o governo federal e a prefeitura do Rio.

O programa foi criado pela Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República. As aulas começam em agosto, e já estão sendo treinados os professores que farão parte dos cursos. A secretária adjunta Nacional da Juventude, Regina Novaes, explica que a idéia é promover a inclusão dos jovens que estão fora do mercado de trabalho e da escola nas capitais brasileiras.

Durante um ano os jovens vão concluir o ensino fundamental e fazer uma qualificação profissional voltada para as necessidades atuais de inserção no mercado de trabalho. Além disso, vão desenvolver uma ação comunitária relacionada à profissão que escolheram. Regina informa que até o ano que vem a previsão é formar 30 mil jovens no município do Rio de Janeiro, quantidade estimada com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"Na verdade quem decide onde ficarão as salas de aula, os Núcleos e as Estações Juventude é o município, mas claro que o município leva em conta os indicadores que mostram onde está essa população, que geralmente está nas áreas mais pobres e violentas", disse Regina. "Porque esses jovens são considerados os mais vulneráveis, os que precisam de um programa mais de urgência".

A secretária destacou que o Pró-Jovem tem o foco na escolaridade e, por isso, não promete o emprego na conclusão. No entanto, ressalta, isso pode ocorrer com a interligação com outros programas como o Primeiro Emprego, já desenvolvido pelo ministério do Trabalho. "Estamos tentando fazer um novo casamento de educação e trabalho, em que o jovem ao mesmo tempo que termina o ensino fundamental está se preparando para enfrentar o mercado de trabalho e fazer uma ação social", disse Regina. De acordo com ela, o programa tem quatro unidades formativas, enfocando o jovem na cidade, no mundo do trabalho, nos meios de comunicação e relacionado à cidadania.

"Nessas unidades eles vão aprender geografia, história, ciências exatas e biológicas ao mesmo tempo que vão escolher o que farão de ocupação profissional", explica a secretária. "Durante o curso os próprios alunos vão buscar identificar as portas de saída e fazer o seu itinerário profissional."

A secretária apresentou detalhes sobre o programa durante uma audiência pública na semana passada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a convite da Comissão Especial para a Juventude da casa.