Caminhada contra o câncer de mama ajuda a derrubar ''muralha'' do preconceito

19/06/2005 - 12h13

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com garrafas de água, roupas de esporte, tênis, viseiras e camisetas brancas com o "alvo azul", 1.600 mulheres, corredores e simpatizantes fizeram, hoje (19) pela manhã, a segunda Caminhada Contra o Câncer de Mama, na Esplanada dos Ministérios. "Fui vítima do câncer e hoje agradeço pela queda dessa muralha, demonstro a alegria da vitória e participo pela segunda vez da caminhada", conta a professora Marisa Pereira, que detectou a doença há 11 anos.

Como Marisa, várias outras mulheres participam do encontro para demonstrar que vencer o medo e fazer os exames com a maior antecedência possível é a melhor maneira de combater o câncer. "Ainda existe muito tabu em relação à doença e o medo da morte, mas o câncer tem cura e a detecção precoce e o auto-exame podem reverter essa situação", explica o produtor executivo da Campanha "O Câncer de Mama no Alvo da Moda" no Brasil, Onésimo Affini Jr.

Na Esplanada dos Ministérios foi montada uma tenda para informar, dar explicações, tirar dúvidas e fazer o exame de mama. Com sete anos de existência, a caminhada já reuniu em todo o país 60 mil mulheres, das quais 6 mil foram atendidas nas tendas e 800, encaminhadas para atendimento médico.

Na caminhada, não apenas são realizados exames e encorajamento de mulheres, mas também ajuda hospitais que oferecem tratamento contra o câncer de mama. Hoje, cada um dos 1.600 participantes contribuiu com R$ 30 (corrida) ou R$ 20 (caminhada). Todo o dinheiro será revertido à Beneficência Camiliana de Formosa (GO).

A Caminhada Contra o Câncer de Mama é organizada pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). Este é o segundo ano em que Brasília realiza a Caminhada. O evento já existe há dez anos e ocorre em outras nove cidades brasileiras: Santos, São Paulo, Belo Horizonte, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e Salvador.

A campanha "O Câncer de Mama no Alvo da Moda" (Fashion Targets Breast Cancer) nasceu nos Estados Unidos, em 1994. Na ocasião, o estilista Ralph Lauren criou o "alvo azul" em homenagem à amiga e jornalista, Nina Hyde, que morreu de câncer de mama em 1990. O alvo se tornou símbolo da prevenção da doença. Atualmente, a Campanha é realiza também na Austrália, Canadá, Chipre, Grécia, Japão e Turquia.

Com TV Nacional