Rebelo nega que medidas positivas sejam estratégia para desviar atenções da crise

16/06/2005 - 17h02

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, negou hoje que as medidas positivas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana façam parte de uma estratégia do governo para desviar a atenção da crise política.

"Eu acho que o governo, nesses últimos dois anos, sempre anunciou medidas boas. Portanto, isso não é nenhuma novidade. Não sendo nenhuma novidade, não constitui, portanto, estratégia. É apenas a obrigação do governo", disse o ministro, após a sanção da lei que cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, que vai beneficiar famílias de baixa renda.

Além disso, o presidente Lula encaminhou, nesta semana, ao Congresso Nacional a proposta de criação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) e a medida provisória que desonera o setor produtivo de impostos federais para incentivar os investimentos no país, a chamada MP do Bem.

Questionado se o presidente estaria precisando de aplausos da platéia (representantes de movimentos sociais que lutam pelo acesso à moradia aplaudiram Lula várias vezes durante a solenidade), Rebelo disse que a manifestação era de antigos "companheiros de luta" e considerou-a normal, já que o presidente atendeu a uma antiga reinvidicação dos movimentos.

O ministro negou ainda que a conquista da presidência e da relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios por parlamentares da base aliada tenha sido uma interferência do governo no Legislativo. "Não tem nenhuma interferência. É a relação do governo com as suas bases, com os líderes dos partidos, com o líder do governo. Então, é a relação institucional, que é parte da democracia. Não significa necessariamente interferência, porque o governo não pode e não quer interferir nas decisões do Poder Legislativo", afirmou.

O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), assumiu ontem (15) a presidência da comissão e indicou o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para a relatoria.