Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente e o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar denúncias de corrupção nos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS) e deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), reuniram-se hoje com técnicos do Legislativo para discutir os uma proposta de trabalho.
"Hoje estamos dando velocidade para, organizadamente, termos uma comissão que apresente bons trabalhos e seja eficiente", afirmou Delcídio Amaral. Segundo ele, durante os trabalhos serão debatidas previamente as pautas, alguns requerimentos e, se necessário, serão chamados os líderes. De acordo com o senador, a idéia é disciplinar as intervenções nas reuniões, de modo que seja obedecido o tempo previsto e que se traga o maior número de informações possível.
"Vamos trabalhar de maneira conciliatória e vamos trabalhar de comum acordo no sentido de fazer com que essa comissão funcione efetivamente como a opinião pública espera", ressaltou Delcídio Amaral.
O relator Osmar Serraglio afirmou que tanto oposição quanto governo estão imbuídos no mesmo objetivo, que é a apuração das denúncias. Ele disse que se sente injustiçado quanto ouve críticas de que a CPI é "chapa branca", por ter na presidência e na relatoria integrantes da base governista. Serraglio destacou que há uma visão clara de que o governo precisa de uma investigação profunda.
"Em vez de ficar em uma briga interna, um puxando para um lado e outro para outro, enfim buscando maior ou menor visibilidade, o que nós queremos é produzir, e produzir de mãos juntas é melhor", disse. "Iremos prosseguir como sempre fizemos: de forma limpa, transparente, profunda, de forma a realmente alcançar os objetivos que a sociedade espera", acrescentou.
O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), por sua vez, disse não acreditar que será possível o governo controlar os fatos, mesmo com a presidência e relatoria pertencentes à base aliada. "O que vai balizar a investigação é a dureza dos fatos", afirmou.
A CPI marcou para terça-feira (21), às 18 horas, o depoimento de Maurício Marinho, ex-diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios. Uma gravação o mostra falando sobre um suposto esquema de cobrança de propina a fornecedores da empresa. Osmar Serraglio adiantou que será necessário ouvir quem fez a gravação, quem recebeu a fita, quem a levou para imprensa e quais os envolvidos citados por Marinho. Além disso, deverão ser solicitados contratos e licitações da empresa e a gravação.