Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprometeu-se hoje a reunir o Congresso Nacional na próxima semana para fazer a leitura do requerimento que pede a criação da Comissão Parlmentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as denúncias de supostos pagamentos de mesadas a parlamentares. Em reunião com os líderes do PDT, PPS e PV na Câmara dos Deputados, Renan prometeu para a CPI do "Mensalão" a mesma rapidez observada na semana passada com a CPMI dos Correios - quando, em pouco mais de uma semana, efetivou a instalação da comissão.

"Ele nos garantiu que vai agir da mesma maneira como fez com a CPMI dos Correios", ressaltou o líder do PPS na Câmara, Raul Jungmann (PE). Segundo o líder, antes de instalar oficialmente a CPI do "Mensalão", o presidente do Senado pretende ouvir lideranças do governo e da oposição para garantir agilidade no processo. Jungmann acredita que a leitura do requerimento que pede a instalação da CPMI ocorra na próxima terça (21) ou quarta-feira (22), no plenário do Congresso Nacional.

A partir da leitura, o requerimento será publicado no Diário Oficial do Congresso e, em seguida, os líderes partidários podem indicar membros para integrar comissão. "Dessa forma, estará mantido o cumprimento do regimento interno. A base aliada vai tentar arquivar a CPMI, mas ouvimos do presidente Renan Calheiros que ele vai cumprir exatamente regimento", ressaltou Jungmann.

O pedido de instalação da CPMI do "Mensalão" foi feito na semana passada a pedido dos líderes do PPS, PV e PDT, e tem a assinatura de 205 deputados e 35 senadores. Para instalação da CPMI, são necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores. A CPI tem como objetivo apurar e investigar as denúncias do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), que revelou a existência de um suposto esquema de pagamento de mesadas de R$ 30 mil pelo PT a parlamentares do PL e PP para votarem favoravelmente ao governo no Congresso Nacional.