Parlamentares da oposição acompanharão investigações na CPI dos Correios

16/06/2005 - 18h14

Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Depois de perder a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, a oposição encontrou outro caminho para participar ativamente das investigações de um suposto esquema de pagamento de propina na estatal. Vinte e dois parlamentares, com preferência para os membros da CPMI, vão acompanhar as investigações da Polícia Federal (PF) para garantir transparência às diligências e evitar pressões sobre os policiais.

Os líderes do PFL no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, José Agripino (RN) e Rodrigo Maia (RJ), entregaram nesta quinta-feira ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), requerimento com o pedido. Calheiros acatou o pedido e elogiou a iniciativa: "Como a investigação está acontecendo em fóruns diferentes, é importante que você guarde uma conexão entre esses fóruns, e essa comissão de parlamentares sem dúvida vai possibilitar isso".

Segundo José Agripino, a oposição não desconfia da conduta utilizada pelos policiais federais nas investigações, apenas deseja garantir que a PF não sofra influências de qualquer natureza e conclua os trabalhos com isenção. "O que estamos pretendendo é que a PF tenha sua investigação amparada, protegida por uma comissão de deputados e senadores que vão garantir para que não haja pressão de espécie alguma, seja de onde vier, sobre a séria investigação que a Polícia Federal está desenvolvendo e vai continuar desenvolvendo", ressaltou José Agripino.

O líder disse que, para evitar que a CPI mista seja caracterizada como "chapa branca", é preciso que o relator atue de maneira imparcial. "Queremos que o relator aja com independência, altivez, e assim merecerá o respeito da oposição e do povo brasileiro", ressaltou.

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldmann (SP), o presidente e o relator da CPI terão oportunidade de apresentar a isenção, na prática, ao conduzirem os trabalhos da Comissão. "Vamos saber claramente se a postura é de chapa branca ou é postura digna, como deve ser a do presidente e do relator, e eu acredito nisso. Ainda que eles tenham escolhido no jogo os juízes e os bandeirinhas, a torcida não é deles", enfatizou.