Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci), José Augusto Viana Neto, acredita que a MP do Bem deverá baixar os custos dos imóveis, porque amplia a capacidade de trabalho das incorporadoras. Ele prevê que o período que deverá se iniciar em agosto deste ano será "um dos melhores momentos na nossa história".
"As medidas que foram tomadas vão trazer incentivos à construção civil. As empresas de incorporação imobiliária vão ter muito mais tranqüilidade e firmeza para trabalhar seus produtos e acredito que, a partir deste momento, até as campanhas de marketing deverão ser alteradas, porque a MP do Bem amplia muito a possibilidade de trabalho", disse à Agência Brasil.
"Uma empresa que esteja tocando um empreendimento, com essa mesma estrutura vai conseguir tocar de três a quatro empreendimentos simultaneamente, o que deverá provocar uma baixa no custo e, tendo baixa no custo, o preço para o consumidor final deverá estar bem mais atrativo", explicou.
Para Viana Neto, a classe média será beneficiada com a medida provisória com a isenção do imposto de renda na alienação de imóveis residenciais, se o valor for utilizado na aquisição de outro imóvel residencial em até 180 dias.
"A MP do Bem vai trazer para a classe média uma melhor condição de adquirir ou trocar seus imóveis", disse. "Temos hoje no país muitas pessoas, com certeza absoluta, querendo trocar de imóveis. Vender o seu usado e partir para um imóvel novo, menor ou maior, dependendo das suas razões e necessidades. Essa medida agora, neste momento, vai possibilitar um aquecimento de mercado nesse sentido".
O presidente do Creci estima que haverá uma queda momentânea na arrecadação com as medidas, como prevê o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, "mas essa queda vai ser largamente recompensada pelo aumento dos negócios que nós vamos ter pela frente".
Ele destaca que o setor da construção civil estimula outros setores da economia: "indústrias de PVC, metais, cabos elétricos, tintas... Uma série de outras indústrias que são alimentadas pela indústria da construção civil. Todo esse aumento de arrecadação nesta cadeia produtiva vai recompensar, e muito, essa perda que o governo terá, neste primeiro momento, com a aplicação dessas medidas".
Outro impacto positivo, segundo Vianna Neto, é na geração de emprego, uma vez que o custo por trabalhador na construção civil é mais baixo. "Uma vaga de emprego no setor da construção civil custa apenas R$ 20 mil de aplicação, enquanto na indústria automobilística, por exemplo, você necessita de quase R$ 300 mil para se criar uma vaga", explicou.