Indústria paulista declara ''guerra à pirataria''

16/06/2005 - 13h28

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, defendeu hoje (16) um esforço conjunto entre autoridades do governo e setor privado na luta contra a comercialização ilegal de produtos piratas. "Temos que declarar guerra a essa concorrência desleal", enfatizou Skaf, lembrando que a pirataria está presente não apenas nas ruas de São Paulo, mas também nas de Nova Iorque e Washington.

Segundo o líder empresarial, 80% das mercadorias falsificadas comercializadas no país são provenientes do exterior.

Questionado sobre como vê a entrada de produtos chineses nesse processo, argumentou que "a prática de comércio com a China é desleal e ilegal no caso da pirataria" e disse que espera reação das autoridades competentes contra tal ação. Além disso, afirmou Skaf, é preciso rejeitar imediatamente e reagir a "qualquer relação comercial que nos ameace com retaliações ou com represálias. Não é protecionismo, é defesa comercial".

Em apenas quatro setores - roupas, tênis, brinquedos e óculos - existe uma evasão fiscal calculada em torno de R$ 9 bilhões, segundo estudo do Ibope encomendado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos e o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (seção americana), em parceria com o Instituto Dannemann Siemens e Warner Bros Consumer Products.

O levantamento, que envolveu 602 entrevistas, no período de 7 a 13 de abril, revela que o consumo de produtos piratas é maior entre jovens na faixa de 16 a 24 anos. Também mostra que 70% dos consumidores em geral sabiam tratar-se de produtos falsificados e que o grande atrativo foi o preço, fixado em teto equivalente à metade ou menos da metade do valor original.

A preferência é por roupas que imitam grandes grifes, mas também exercem fascínio itens de outros setores, como brinquedos, tênis, relógios, jogos eletrônicos, óculos, CDs, DVDs e perfumes. Só nas compras de roupas e tênis falsificados, os entrevistados declararam um consumo que atinge a R$ 11,4 bilhões, valor que a indústria considera como uma potencial perda de faturamento.