Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A manutenção da taxa Selic em 19,75% não é suficiente para melhorar, ainda neste ano, o ritmo do crescimento econômico, avalia a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). A instituição defende a redução "urgente" da taxa básica de juro.
Em nota divulgada a imprensa, o presidente da entidade, Abram Szajman, afirma que o cenário já está comprometido em razão do patamar elevado da Selic. "É necessário retomar a trajetória de redução da Selic, o mais rápido possível, para que o setor produtivo possa recobrar o ânimo para investir e gerar emprego e renda. Só assim, teremos perspectivas de um cenário melhor para 2006".
Para ele, o Banco Central tinha motivos suficientes para iniciar, desde agora, a redução da Selic. "A queda do PIB no primeiro trimestre e dos investimentos indicam que é necessário mudar de rota, pois confirmam que a dose de juros foi exagerada e o custo social dessa medida está sendo muito elevado", observa, avaliando que o PIB deve ficar entre 2,5% e 3% neste ano. Além disso, ressalta que os índices de inflação, tanto no atacado como no varejo, já estão apresentando as menores taxas dos últimos meses, com tendência de reduções ainda maiores.
O presidente da Fecomercio reafirma ainda que o governo precisa se conscientizar de que não há possibilidade de crescimento sem condições adequadas de aumento da renda real. "O elevado nível de crédito, sem elevação efetiva da renda, está ampliando a inadimplência. E a confiança do consumidor vem reduzindo-se gradativamente. Tudo isso comprova que este modelo de estímulo ao consumo, com base somente no crédito, tem vida curta."