Empregos formais crescem menos em maio

16/06/2005 - 14h54

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No mês passado, foram criados 212.450 empregos formais no Brasil. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número fica abaixo do divulgado em abril (266.095) deste ano, o que representa uma desaceleração da economia e da criação de empregos.

O número fica abaixo ainda do apresentado no mesmo mês do ano passado (291.822), que havia sido o melhor resultado já divulgado pelo cadastro. Apesar dos números de maio, o ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, não acredita em uma tendência de desaceleração.

"Não dá para qualificar como tendência de desaceleração", avaliou Berzoini, em entrevista coletiva para divulgar os números do Caged. "Mas é um resultado bastante positivo porque mantém um ritmo de crescimento, nos últimos 12 meses, superior a 6%, portanto, superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) verificado no mesmo período", afirmou.

Já com relação ao mês de abril, o ministro considera que os números observados isoladamente apresentam queda de empregos gerados. "Mas se pegar as curvas de tendência, não há um perfil de desaceleração", considerou.

Para Berzoini, o ano de 2004 não se compara a nenhum outro. Embora ele considere 2005 com uma tendência positiva, que pode até se igualar a 2004, diz que dificilmente superará o ano anterior em geração de empregos. "O ano de 2004 combinou a consolidação de atividade exportadora, que continua a crescer este ano, com a retomada do mercado interno. Temos vários setores da indústria que estão atendendo, de maneira igualmente dinâmica, o mercado exterior e o interno", disse.

Com exceção dos setores de madeira e mobiliário, e calçados, que, segundo Berzoini, parecem sentir a situação cambial, manteve-se um bom nível de emprego na atividade industrial, na construção civil, no comércio e no setor de serviços. "Esse setor mantém uma tendência de crescimento bastante homogênea. Já a agricultura retoma um impulso de crescimento importante", disse.

O cadastro mostrou que a região sudeste continua na liderança da geração de empregos, com um crescimento de 1,12%. Já a região sul do país, afetada pela estiagem no Rio Grande do Sul, apresentou em maio saldo negativo de 5.830 empregos. O principal impacto foi na agricultura e na indústria de calçados. Já as regiões metropolitanas manifestaram um índice inferior à média, diferentemente do apontado em alguns meses do ano passado. "Mas houve também uma geração de empregos muito importante, da ordem de 50 mil, com destaque para São Paulo, com 25.400 novos empregos", disse.

O Caged é um cadastro dos empregos formais em todo o país. Seus dados têm por base informações mensais de empresas sobre a movimentação do emprego, como demissão e contratação.