Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A equipe econômica do governo recebeu elogios de diferentes segmentos da indústria, em virtude do anúncio, no Palácio do Planalto, das medidas de desoneração da carga tributária - notadamente no que se refere à isenção de PIS/Cofins e Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL), para investimentos destinados às exportações.
Segundo o vice-presidente da fábrica de veículos General Motors, José Carlos Pinheiro Neto, os fabricantes de veículos investiram em nacionalização e exportações, e de uns tempos para cá todos estão tendo prejuízos com a desvalorização cambial. As medidas de desoneração da carga tributária representam, pois, um alívio para as empresas, que reivindicam também alguma compensação como linha de financiamento para as exportações.
Pinheiro Neto disse que a GM deve exportar, este ano, o equivalente a US$ 1,3 bilhão, com prejuízo de aproximadamente mil dólares por carro. O empresário afirmou que a taxa de câmbio atual, de pouco mais de R$ 2,40 por dólar norte-americano, tem sido um "empecilho catastrófico" para as exportações da montadora. Ele defende que um patamar mais alinhado com as necessidades de exportação deve ser em torno de R$ 2,90 a R$ 3,10.
Alheio às reclamações do empresariado sobre a defasagem cambial, o secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Antonio Sérgio, ressaltou o fato de as medidas anunciadas no bojo da MP do Bem criarem "ambiente extremamente favorável" para que o Brasil possa abrigar os investimentos externos que hoje acorrem com maior freqüência para o Chile, Índia e outras economias em ascensão.