Lilian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), e o deputado Leonardo Mattos (PV-MG) encaminharam uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando informações sobre o que já foi gasto no projeto de integração do rio São Francisco. O pedido foi encaminhado pelos parlamentares ontem (14) à noite. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a solicitação só deve ser liberada em um mês.
Com essa planilha dos gastos, os parlamentares pretendem comprovar uma suposta denúncia de que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, estaria manipulando licitações de obras relacionadas à integração. Essa informação foi publicada na última segunda-feira (13) pelo Jornal do Brasil.
Segundo a reportagem, o deputado federal Nelson Marchezelli (PTB-SP), o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), e Ciro Gomes participaram de uma reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em meados do ano passado. A matéria afirma que o grupo havia pré-definido duas empresas como as ganhadoras do concurso. O fato poderia, segundo o texto, ser comprovado por meio de uma fita gravada por Roberto Jefferson.
Ciro Gomes divulgou uma nota definindo a reportagem como "uma repugnante calúnia incrivelmente abrigada pelo Jornal do Brasil". O ministro determinou ainda a abertura de ações judiciais contra a direção do jornal. De acordo com ele, "a licitação para a escolha das empresas que executarão as obras físicas de implantação do projeto ainda está em curso; ou seja, nenhuma empresa foi escolhida para executar a obra", assegura.
O deputado Nelson Marchezelli também repudiou a reportagem, que define como "mentirosa e leviana". Ele conta que, no dia da suposta reunião, ele participou da abertura de uma feira de citricultura no interior de São Paulo.
O assessor de imprensa da Fiesp, Ricardo Viveiros, negou que o grupo tenha se reunido na entidade. Segundo ele, a direção da federação não vai se manifestar sobre o assunto porque "não pode falar daquilo que não existiu", explica.