Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "Estamos perdendo a corrida em relação aos outros países", alertou hoje o presidente do conselho da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Hélio Magalhães, durante o seminário Competitividade Brasil, que discute na Câmara dos Deputados os desafios na busca por um melhor ambiente de negócios.
Ele ressalvou que apesar dos progressos significativos recentes do país, o processo tem sido mais lento que o dos competidores. Segundo Magalhães, a participação do Brasil nas exportações mundiais em 1995 era de 1,31% e em 2004 esse percertual caiu para 1,08%. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil ocupa o 25º lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais.
A alta carga tributária foi apontada pelo presidente do conselho da Amcham como um dos fatores prejudiciais à competitividade. Hélio Magalhães informou que no México essa carga é duas vezes inferior à brasileira e acrescentou: "Estamos perdendo investimentos externos e internos. Temos um custo alto que faz até os empresários brasileiros investirem no exterior".
Para Paulo Ferreira, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no seminário, também a falta de infra-estrutura impede que os produtos brasileiros sejam mais competitivos. E essa, na avaliação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que participou do seminário, é uma das preocupações do governo, ao lado da redução na carga tributária. O ministro citou investimentos nos portos, para dar mais rapidez às operações e obter custos menores: "No ano passado, o Brasil gastou US$ 1,2 bilhão em diárias de navios para carregar e descarregar". O Porto de Santos (SP), acrescentou, recebeu investimentos de US$ 100 milhões em equipamentos.
Hélio Magalhães lembrou ainda que a necessidade de tornar o Brasil mais competitivo não pode ser encarada apenas como uma questão comercial: "Existe relação entre Produto Interno Bruto (PIB) e Desenvolvimento Humano. Não é só um aspecto comercial, mas o de proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas".