Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O Comitê de Política Monetária (Copom) tem condições de reduzir, hoje (15), a taxa básica de juros (Selic), na avaliação de Reinaldo Gonçalves, professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, a queda da inflação abre espaço para uma redução da Selic.
Gonçalves lembra que houve deflação no Índice Geral de Preços (IGP) de maio. "A economia desacelerou e a pressão inflacionária diminuiu em função principalmente da queda do dólar", afirma o economista.
Outro fator importante apontado por Gonçalves é a crise política vivida pelo governo federal. Para o economista, "o governo está precisando de maior legitimidade para enfrentar a crise política e uma das fontes de legitimidade é o crescimento de renda e do emprego". Isso fica ameaçada pela previsão para baixo do crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão de alta do PIB é 2,8% para este ano, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Nesse cenário, o economista da UFRJ analisou que a tendência é o BC deixar de aumentar a taxa Selic e mais à frente reduzi-la, tanto por razões econômicas, como por razões políticas. Gonçalves trabalha no momento com a expectativa de que o Copom não vai manter a taxa em 19,75% ao ano, como está hoje, mas sim diminuí-la mesmo que em reduzida proporção.