Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A expectativa do mercado financeiro é de que o Conselho de Política Monetária (Copom) interrompa hoje o processo de aumentos gradativos que a taxa básica de juros (Selic) vem tendo, mês-a-mês, desde setembro do ano passado. Período no qual a taxa aumentou de 16% para 19,75% ao ano.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, quase todos os analistas consultados afirmam que não haverá alteração na taxa de juros, em virtude de a inflação estar em queda gradativa, tanto no atacado quanto no varejo, apesar de a projeção do mercado para uma inflação anual de 6,12% continuar acima da meta oficial de 5,1%.
O colegiado de diretores do Banco Central vem utilizando a elevação da taxa de juros como forma de combate à inflação, uma vez que a recuperação da economia, no ano passado, elevou o consumo, e os preços começaram a ter reajustes mais fortes em alguns segmentos de mercado a partir de meados de 2004.
O aperto monetário enfraqueceu comércio, indústria e serviços que, em virtude da alta dos juros bancários, reduziram investimentos e oferta de empregos. Mas o consumo também caiu, e com ele os preços. Tanto, que todos os indicadores de inflação estão em queda, e os analistas financeiros acham que manter o processo de elevações constantes da taxa básica de juros pode levar à estagnação da economia mais uma vez.