Brasília, 13/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal poderá promover, nos próximos dias, uma acareação entre o deputado Roberto Jeferson (PTB-RJ) e o militar reformado da Marinha Arlindo Molina. "Depende da disponibilidade do deputado, que tem foro privilegiado", explica o delegado Luiz Flavio Zampronha, responsável pelas investigações sobre um suposto esquema de fraudes em licitações na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o procurador da República Bruno Acioly, o deputado não está sendo investigado, mas pode ser convidado como testemunha a participar da acareação.

Hoje, a PF pediu a prorrogação, por mais cinco dias, da prisão temporária de Molina e do ex-agente do Serviço Nacional de Informação (SNI) José Fortuna. Os dois são suspeitos de participar do suposto esquema de corrupção na ECT. Durante cinco horas, na tarde de hoje, Molina prestou depoimento na superintendência da PF. De acordo com o procurador, ele "confirmou que conhece Roberto Jefferson e que se encontrou com ele algumas vezes neste ano".

Acioly informou que Molina "não tem se mostrado muito disposto a colaborar com as investigações". E de acordo com o delegado Zampronha, "ele omitiu vários fatos, principalmente sobre a fonte de sua renda, que é bem incerta".

De acordo com o advogado de Molina, Osmar Ferreira de Paiva, seu cliente propôs ao delegado falar tudo o que sabe sobre Roberto Jefferson em troca da liberdade, mas o delegado não concordou. "Molina detonaria Jefferson se fosse solto", afirmou.