Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio Neto (AM), elogiou a proposta feita hoje (13) pelo primeiro vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), para que os ministros petistas coloquem seus cargos a disposição do presidente Lula e, também, se estabeleça um período de transição de 60 dias para que o presidente possa substituir filiados do PT que porventura ocupem cargos de confiança na administração federal por servidores de carreira ou concursados. "O senador Tião Viana (PT-AC) falou como verdadeiro defensor do governo federal", disse Virgílio Neto.
O senador tucano acrescentou que o colega petista, durante seu discurso em plenário, fez uma análise sensata da crise política enfrentada pelo presidente Lula "e apontou saídas para esta crise". Disse, ainda, que este deve ser "o papel de qualquer petista leal a Lula colocar a crise longe do presidente.
Virgílio Neto lembrou que, desde o início desta crise, a oposição tem defendido o afastamento dos ministros envolvidos no caso até que as investigações comprovem ou não a participação destas autoridades nas denúncias feitas pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jéferson (RJ). Por outro lado, também destacou que "já passa do tempo" de se fazer uma reforma político-partidária no país, desde que não sirva de "cortina de fumaça" para evitar as apurações das denúncias de corrupção nos Correios e de recebimento de mesadas por parte de parlamentares do PL e do PP.
O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) também apoiou a proposta do petista Tião Viana. O senador goiano foi mais longe: sugeriu que não só os ministros do PT, mas toda a equipe ministerial entregue o cargo ao Presidente da República. Desta forma, disse Torres, o presidente Lula teria condições de fazer as modificações necessárias em seu governo. "O presidente tem que ter coragem de colocar para fora de seu governo a banda podre que está levando seu governo de roldão", disse ele.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a proposta de afastamento de petistas que ocupam cargos de confiança no serviço público "merece ser seriamente estudada", mas afirmou que se faz necessário estabelecer um tempo para que os servidores de carreira ou de concursos públicos pudessem se adequar a estas funções.