Embaixada brasileira vê tranqüilidade reinstalando-se na Bolívia

13/06/2005 - 19h01

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A tranqüilidade volta à Bolívia depois do acordo que levou o presidente da Corte Suprema, Eduardo Rodríguez Veltzé, a assumir a presidência do país na última terça-feira, segundo avalia o ministro conselheiro da embaixada do Brasil na Bolívia Carmelito Melo. Veltzé foi alçado ao posto depois de o Congresso do país aceitar a renúncia de Carlos Mesa e de o segundo e o terceiro na linha sucessória - o presidente do Congresso, Hormando Vaca Díez, e o da Câmara, Mario Cossío - abrirem mão do cargo presidencial.

"Aparentemente está havendo uma trégua entre os principais partidos, especificamente no caso do partido do Evo Morales (líder camponês), o Movimento ao Socialismo (MAS); uma trégua e uma predisposição em fazer as reformas necessárias para convocar as eleições. O ambiente político está tranqüilo, não houve nenhum sobressalto, mas esse novo governo tem pouco tempo. As pessoas não conseguiram se localizar ainda", diz Carmelito Melo.

Melo afirma que o presidente Rodriguez ainda não conseguiu montar seu gabinete e que ele está negociando com grupos da cidade de El Alto, onde se concentra a maioria dos grupos radicais. Amanhã, o Congresso volta a se reunir em sessão normal para examinar a convocação de eleição geral.

Ainda segundo Melo, a imprensa boliviana já aponta pelo menos três pré-candidatos à presidência do país: o ex- presidente Jorge Tuto Quiroga, o empresário e líder do partido da Unidade Nacional, Samuel Doria Medina, e o deputado Evo Morales. De acordo com Melo, os dois primeiros candidatos "são bem aceitos pela população".

A Bolívia tem seis meses para escolher um novo presidente, como prevê a Constituição do país, que também determina prazo de 90 dias para que Veltzé convoque novas eleições e para que a Corte Nacional Eleitoral tome as medidas necessárias para a realização do pleito.

Na Bolívia, quando a linha sucessória se esgota como agora, caso ainda não tenham transcorrido três anos de mandato presidencial, cabe ao presidente que assume convocar novas eleições para presidente e vice-presidente para que se complete a legislatura presidencial de cinco anos.