Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As investigações no Congresso Nacional não podem parar a tramitação de matérias importantes para a sociedade, como o referendo sobre a comercialização de armas de fogo no país, disse hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele participou de ato pelo desarmamento, promovido pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Frente Parlamentar por um Brasil sem Armas e Instituto Sou da Paz, em São Paulo.
Independentemente da CPI, "é injustificável a Câmara dos Deputados não votar nada há duas, três semanas", observou. "O referendo, por exemplo, é uma coisa importante para o país, a Câmara poderia apreciar o referendo rapidamente, e há outras matérias que necessitam serem votadas, pois ajudam a sustentar nossa economia." Além disso, "todo país do mundo que retirou as armas de circulação teve como conseqüência a diminuição da criminalidade".
"Todos os dados indicam que os homicídios com arma de fogo têm sido os maiores responsáveis pela insegurança no país", informou o relator do projeto de decreto legislativo que autoriza a realização do referendo sobre o comércio de armas e munição no Brasil, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP). "O desarmamento é uma das formas mais eficazes de redução da violência. Se a gente pode fazer, por que não vamos fazer?"
Em poucas palavras, o referendo proíbe a venda de armas de fogo no país. Para fazer isso, os deputados terão que votar seis medidas provisórias que estão trancando a pauta e dois projetos de lei que estão com urgência constitucional vencida.
Também participando da manifestação, o comerciante Massataka Ota, pai de Ives Ota, de 8 anos e assassinado em 1997, cobrou maior empenho do Congresso para aprovar o referendo. "É uma decepção grande a demora dos nossos parlamentares em aprovar essa lei, que é mais severa", disse.