Ampliação do ensino fundamental deve resultar em melhorias na educação do país, diz Unesco

13/06/2005 - 13h37

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ampliação de oito para nove anos do tempo de permanência das crianças no ensino fundamental poderá trazer melhorias significativas no rendimento educacional de crianças e jovens brasileiros. Foi o que afirmou o representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Jorge Werthein. "É uma forma de obrigar a ampliação dos anos na escola", reforça Werthein. "E de aumentar o capital cultural do país."

Segundo o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Francisco das Chagas Fernándes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminha amanhã (14) ao Congresso o projeto de lei que aumenta a duração do ensino fundamental. Se a proposta for aprovada, as crianças passarão a entrar na escola com seis anos e não mais com sete anos. O projeto estabelece que estados e municípios terão um prazo de cinco anos para se adequarem à lei.

O representante da Unesco afirmou que muitos países em desenvolvimento já adotaram o ensino fundamental com duração de nove anos. Ele disse ainda que, em vários países da América Latina, como Argentina, Chile e Uruguai, as políticas educacionais foram implementadas ainda no século 19, e isso possibilitou um "impacto enorme no desenvolvimento".

Para Werthein, o governo federal já demonstrou que tem vontade política para melhorar a qualidade do ensino brasileiro. "Eu diria isso, sobretudo, quando o presidente da República e o ministro da Educação afirmam muito fortemente e reiteradamente que educação é uma prioridade. Agora essa vontade política não tem que ser só do governo federal, mas dos estados e das prefeituras, que também são responsáveis pela execução das políticas educacionais", defendeu.

Jorge Werthein participou hoje (13) da abertura da 2ª Reunião do Fórum Hemisférico Educacional, que prossegue até sexta-feira (17), em Brasília.