Karina Cardoso
Da Agência Brasil
Brasília - O Centro Feminista de Estudos e Assessorias (Cfemea) lançou hoje (09) campanha para discutir a violência doméstica contra mulheres. Segundo uma das responsáveis pela campanha, Giane Boselli, a violência no lar é o tipo de agressão mais comum entre mulheres, e que costuma ser cometida pelos próprios companheiros. "Essas agressões resultam em ameaças, lesões corporais leves e graves e até em homicídios", afirmou. Segundo ela, as pesquisas mostram que uma mulher é espancada a cada 15 segundos no país, chegando a quase 2 milhões em todo ano. (Leia matéria "Uma mulher brasileira é espancada a cada 15 segundos")
Um dos objetivos da campanha é apoiar o Projeto de Lei número 4559, de 2004, que trata da prevenção e punição dessa violência. O PL prevê o fim de penas alternativas para os agressores e a criação de uma vara especializada sobre violência doméstica familiar. "O que acontece na justiça hoje é uma banalização. Na maioria dos casos as penas são pagamentos de cestas básicas à instituições de caridade, e isso não tem relação com o fato ocorrido. Fica a sensação de impunidade", explicou. Disse, ainda, que a falta de punição e incentivo faz com que mulheres não recorram às delegacia para denunciar o agressor.
Pesquisa realizada pela Sociedade de Vitimologia Internacional mostra que 25% das mulheres no país sofrem algum tipo de violência e 70% das mulheres assassinadas foram vítimas dos próprios maridos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), metade das assassinadas são mortas pelo marido, namorado ou ex.
Os dados mostram, ainda, que a violência corresponde a cerca 7% de todas as mortes de mulheres entre 15 e 44 anos no mundo. Em alguns países até 69% relatam terem sido agredidas fisicamente.