Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, embarcou hoje (9) para a Bolívia onde integrará a missão de observadores que vai acompanhar a crise política instalada naquele país, segundo informação do Itamaraty. Também participam da missão representantes da Argentina e da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o Itamaraty, o envio de observadores da ONU e dos dois países sul-americanos para acompanhar a situação boliviana atende a um pedido do presidente da Bolívia, Carlos Mesa, que apresentou pedido de renúncia na segunda-feira (6). O pedido será avaliado nesta quinta-feira pelo Congresso boliviano. Após pedir renúncia, Mesa pede que o presidente do Senado, Hormando Vaca Diez, e o presidente da Câmara dos Deputados, Mario Cossío, não aceitem o cargo. Ele defende a realização de eleições nacionais imediatas.
O Itamaraty informou que, na Bolívia, Marco Aurélio Garcia irá a Santa Cruz de la Sierra e depois, a Sucre, onde se reunirá com parlamentares para conversar com as diversas forças políticas daquele país. O ex-diretor da Comissão Econômica para América Latina e Caribe da ONU (Cepal) José Ocampo também integra a missão.
A crise que afeta a Bolívia tem como questão central as reservas de petróleo e gás do país. A nova Lei de Hidrocarbonetos, promulgada recentemente pelo governo boliviano, aumentou de 18% para cerca de 50% os tributos cobrados pelas empresas estrangeiras exploradoras de petróleo e gás natural. Mas os movimentos sociais do país querem as reservas nacionalizadas e o fim dos contratos de exploração por empresas estrangeiras.