Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mais da metade das crianças e adolescentes que ingressaram no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) do governo federal deixou atividades ligadas à agricultura e ao comércio ambulante. De um total de 568.608 atendidos, 43,59% saíram da lavoura e 12,06% do comércio de rua. Os dados estão no levantamento inédito sobre o perfil dos beneficiários do Peti divulgado hoje (9) pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
De acordo com a pesquisa, 247.871 crianças trabalhavam na agricultura e 68.558 como vendedores ambulantes. A terceira atividade de onde saíram mais crianças foram os serviços domésticos, com 38.972 (6,85%) seguidos pela coleta seletiva de lixo, com 36.236 (6,4%) e o setor de alimentação, com 4.433 (4,3%). Também foram retiradas crianças das atividades de engraxate, pesca, olaria, carregador, guarda e limpeza de carros, carvoaria e mineração.
A pesquisa foi realizada no período de dezembro do ano passado a abril de 2005, com informações de 2.011 municípios e participação de 72% dos municípios atendidos pelo programa e 61% das crianças e adolescentes beneficiados. Os dados coletados serão utilizados para facilitar a inclusão de todos os programas sociais do governo num cadastro único.
O Peti atende atualmente 930.824 crianças e adolescentes de sete a 15 anos de idade. Em troca de uma bolsa por pessoa no valor de R$ 40 para a zona urbana e R$ 25 para a zona rural, o programa retira esses jovens de atividades insalubres, perigosas, penosas ou degradantes.
O programa também oferece atividades culturais e esportivas no turno contrário ao da escola, com o repasse aos municípios de R$ 10 na área urbana e R$ 20 na área rural por beneficiário. Em 2005, serão investidos mais de R$ 500 milhões no Peti. O objetivo do governo é ampliar o atendimento para um milhão de pessoas até o final do ano.