Greve na Cultura está "longe de terminar", diz líder da manifestação

09/06/2005 - 20h22

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A greve dos servidores do Ministério da Cultura dura 65 dias. Já é a mais longa dentre as paralisações realizadas pelos servidores públicos neste ano. Mas, segundo um dos líderes do movimento no órgão, Francisco Mattos, ainda está longe de acabar.

"Sentimos que não houve uma proposta positiva do governo. Por isso não há previsão de retorno ao trabalho", conta. O anúncio foi feito após uma reunião entre os grevistas e governo, no Ministério do Planejamento.

Nesse encontro, houve uma proposta de reajuste salarial para o ano de 2006. De acordo com o secretário de Recursos Humanos do ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, os servidores podem receber um aumento de até 76% se decidirem interromper o movimento. "O governo tem o compromisso de encaminhar, em 30 dias, um Projeto de Lei que reajusta o salário dos servidores de nível superior em 76% e, em 55%, para os de nível médio", revela. Para ele, a proposta é consistente e capaz de encerrar o movimento.

Segundo Mattos, os funcionários da Cultura aceitam a proposta desde que o reajuste seja pago imediatamente. "O Ministério do Planejamento mantém a gratificação para o próximo ano e não avança em outros pontos", explica.

Além dos funcionários do órgão, servidores dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Trabalho também estão em greve. O mesmo acontece na Fundação Nacional do Índio (Funai), no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).