Economia em alta favorece casamentos, mostra pesquisa da FGV

09/06/2005 - 7h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A situação de expansão da economia favorece a realização de casamentos, de acordo com a pesquisa Sexo, Casamento e Economia, que o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou hoje (9), no Rio de Janeiro.

O diretor do CPS, Marcelo Néri disse à Agência Brasil que o "boom" dos planos econômicos Cruzado (1986) e Real (1994) foram momentos em que as pessoas casaram mais. Na parte do divórcio, a relação não é tão clara. "A partir de 1988, com as mudanças na legislação introduzidas pela nova Constituição aumentou o número de pessoas divorciadas e diminuiu o número de desquitadas."

Néri afirmou que as dissoluções conjugais estão muito ligadas à instabilidade tanto da economia como da própria família. "Se uma das pessoas do casal perder o emprego ou o outro receber uma promoção, por exemplo, isso é um fator desestabilizador da relação. Quer dizer, os casais estão em um certo equilíbrio. Se você muda o ambiente econômico da sociedade ou daquela família, essa instabilidade tende a induzir mais separações". Observou que nos últimos anos, houve uma maior tendência em direção à maior solidão masculina e feminina.

Pode-se falar, inclusive, que as regiões mais ricas do Brasil, que são as grandes cidades, são as "capitais da solidão", disse, já que há maior presença de pessoas sozinhas, em geral, cujo nível de renda é mais alto. Por unidades da federação, 44,32% das mulheres solitárias acima de 20 anos estão concentradas no Distrito Federal, que lidera o ranking das sozinhas. Por capitais, a liderança fica com Salvador (50,90%). Já entre os homens, a Bahia, entre os estados, apresenta o maior contingente de solitários (35,17%). Por capitais, esse número se concentra em Belo Horizonte, com 39,16% de homens sozinhos.