Lucas Parente
Da Agência Brasil
Brasília – O pároco da Anapu (PA), padre Amaro Lopes, disse não acreditar na punição dos mandantes de assassinato da missionária Dorothy Stang. Segundo ele, o consórcio para financiar o assassinato de Dorothy é "maior do que muitos imaginam". Ele falou que "há muito dinheiro em jogo", após o fim da sessão de hoje no Superior Tribunal de Justiça, que recusou a federalização do caso da morte da missionária.
Segundo padre Amaro, a justiça errou em não federalizar o crime de assassinato de Dorothy. "A justiça é cega. Estou muito decepcionado com a decisão. A justiça não ouviu o clamor do povo", afirmou. Ontem, manifestantes protestaram em Brasília e apresentaram 15 mil assinaturas a favor da federalização.
O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, discorda da opinião do padre Amaro, e informou que todas as providências para resolver o crime foram tomadas. Ele destacou que em cinco meses todos os mandantes e os assassinos já estão presos, e que o julgamento está marcado para o mês de agosto.
O plenário do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recusou hoje (8) a transferência para o âmbito federal do processo referente ao assassinato da missionária Dorothy Stang. O pedido havia sido apresentado pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. A recusa foi unânime entre os ministros do Supremo e acompanhou a posição apresentada pelo relator do processo, ministro Arnaldo Esteves Lima.
O ministro defendeu se o caso fosse para Justiça Federal atrasaria e tumultuaria o julgamento. "O processo está prestes a ser levado a júri popular. O deslocamento para a Justiça Federal, provavelmente, atrasaria mais ainda a solução do processo que já está em fase bastante adiantada", argumentou.
Para Miranda, as autoridades do estado do Pará estão trabalhando adequadamente e cumprindo todas as etapas do processo. Missionária norte-americana naturalizada brasileira, Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros no município de Anapu, no Pará, em fevereiro deste ano.