Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O PSDB, o PFL e o PDT afirmam que já têm em mãos um requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investigará as denúncias feitas pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ). Em entrevista publicada na última segunda-feira, no jornal "Folha de S. Paulo", Jefferson denunciou o suposto pagamento de mesadas, o chamado "mensalão", a parlamentares do PP e do PL pagas pelo secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares.
Segundo o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), até às 18h de hoje (8), foram reunidas 28 assinaturas – o número mínimo para criar uma CPI no Senado é de 27 assinaturas.
O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou que o requerimento será entregue à Mesa Diretora, caso a base do governo queira ocupar a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios – que será instalada amanhã, às 16h. "Se o acordo e a tradição forem quebradas, excluindo o caso da relatoria da oposição, entramos de imediato com a CPI do Mensalão", afirmou Agripino Maia. Segundo ele, existe um acordo tradicional firmado entre os partidos para a composição das CPIs, no qual governistas e oposição se revezam na escolha do presidente e do relator das comissões.
O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), disse que os partidos da base vão se reunir para definir a estratégia de atuação na CPMI dos Correios. "O importante é apontar o presidente. Ele indicará o relator", afirmou Amaral. Ele contestou a avaliação de Agripino Maia, ao afirmar que a Comissão Especial do Salário Mínimo teve como presidente e relator deputados da oposição: Alberto Goldman (PSDB-SP) e Rodrigo Maia (PFL-RJ), respectivamente.