Rio, 8/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O software livre e de código aberto, que está sendo adotado progressivamente na esfera pública, tem comprovado seu potencial como equipamento de inclusão digital, aprimoramento tecnológico e desenvolvimento industrial. A afirmação foi feita hoje pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, que participou da abertura da Conferência Regional da América Latina e Caribe.
Segundo o ministro, dos 24 milhões de domicílios com renda familiar equivalente a até US$ 300 apenas 1 milhão dispõem de computador pessoal. "Na faixa de até US$ 2.000, essa cifra chega a 70%. Convive-se com um appartheid tecnológico, no qual coexistem duas categorias de cidadãos. A primeira, que tem pleno acesso às tecnologias e infra-estruturas modernas e que acompanha os desenvolvimentos tecnológicos mais recentes do mundo, e a segunda, com dificuldade de toda a sorte, que permanece alheia", completou.
Eduardo Campos disse que o projeto do PC Conectado, desenvolvido pelo governo federal, vai oferecer às famílias de baixa renda a possibilidade de aquisição de microcomputador para uso doméstico com preços e condições facilitados. Ele lembrou ainda o projeto Casa Brasil, que tem o objetivo de implantar telecentros para acesso coletivo em áreas de menor renda e regiões do interior.
"A experiência brasileira comprova que o esforço nacional de redução da brecha digital deve ser estimulado e ampliado por meio de iniciativas regionais, como as que constam da agenda para a cooperação entre os países da América Latina e do Caribe", afirmou o ministro. De acordo com o ministro, o projeto necessita do apoio dos organismos multilaterais e regionais de fontes de financiamentos adequadas. Organizações, como a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e a Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, que tem sede no Rio de Janeiro, são fundamentais para estimular e promover uma melhor interação dos países da região", disse.
Campos destacou a contribuição que o Brasil oferece ao resto do mundo em temas como Políticas Públicas de Inclusão Digital, de Governança da Internet, de criatividade dos modelos de desenvolvimento de software e de busca de mecanismos inovadores de financiamento. "É um reconhecimento do que o Brasil tem feito para vencer e reduzir essa brecha digital. O país tem grande experiência em governança da internet, em governo eletrônico, e da capacidade de desenvolvimento que os técnicos brasileiros têm em software", afirmou.