Interpol, Ministério Público e PF realizam encontro sobre crimes contra o patrimônio histórico

08/06/2005 - 8h45

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – "Muito da nossa história é contada através do nosso patrimônio histórico, por isso é importantíssimo preservá-lo", afirmou o procurador Geral da República, Alexandre Camanho, ressaltando a importância do primeiro Curso de Combate ao Tráfico de Bens Culturais que acontece desta terça-feira (07) até sexta-feira no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) de Brasília. Participarão do curso, representantes da Interpol, Policial Federal, Ministério Público, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Academia Nacional de Polícia.

Para o chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF em Brasília, Paulo de Tarso, o encontro é muito positivo, pois vai propiciar a troca de experiências entre os órgãos que combatem esse tipo de crime no Brasil e no Mundo. "A partir desse curso, nós discutiremos a legislação vigente e analisaremos o que está certo ou errado. Poderemos também traçar metas para o futuro", ressaltou.

Segundo Tarso, a PF tem feito várias apreensões, contudo, explica o policial, "é muito complicado o trabalho da polícia nesse tipo de crime. Desde 2003, todas as superintendências regionais têm uma delegacia especializada na área e isso melhorou muito nosso trabalho. Porém, falta o conhecimento mais aprofundado para identificar as obras e isso é um dos pontos a serem abordados aqui", concluiu.

De acordo com a diretora do Patrimônio Material do Iphan, Sônia Rabelo, o encontro será fundamental para traçar novas metas para as políticas públicas contra o crime ao patrimônio cultural no país. Segundo ela, os roubos, principalmente de imagens sacras, vem diminuindo significativamente. "O Iphan, junto com órgão colaboradores, está desenvolvendo um inventário dos bens móveis e isso dificulta a ação dos bandidos".

No último dia dois, uma equipe de policiais federais recuperou em São Paulo, com um antiquário, uma figura de santa do século XVII. A peça em madeira fazia parte do acervo da igreja Nossa Senhora das Mercês II, em Recife, e havia desaparecido há cerca de 50 anos. De acordo com a PF, Minas Gerais, Rio de janeiro, Bahia, São Paulo e Maranhão são os estados com maior ocorrência de furtos às imagens sacras no país.