Danielle Gurgel
Da Agência Brasil
Brasília – A evolução da participação feminina na política no Brasil e na China foi o tema principal do seminário "A participação das Mulheres na Política", realizado hoje (08), como parte da programação da Semana da Cultura e do Desenvolvimento das Mulheres da China e do Brasil. De acordo com a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, "o encontro serve para discutir a criação de condições para que as mulheres participem mais ativamente da política formal nos dois países".
A ministra disse ainda que, apesar de existir no Brasil um número recorde de mulheres à frente de prefeituras e governos estaduais, são necessários projetos de capacitação de mulheres para a política. A semana cultural foi promovida pela Federação de Mulheres da China em parceria com a Confederação das Mulheres do Brasil, e contou com a participação de 2.000 participantes brasileiras e mais de 100 líderes chinesas.
Para a vice-presidente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Rosa Melo, os governantes precisam se empenhar mais em criar políticas que abram as portas para as mulheres nos fóruns de decisão do país. "Falta vontade política por parte dos governantes" disse Rosa, que também é presidente da Federação das Mulheres na Bahia.
A CMB foi fundada em 1985, e desenvolve projetos de alfabetização e capacitação profissional de mulheres, em parceria com o governo federal, empresas nacionais e multinacionais. Atualmente, cerca de 31 mil mulheres estão sendo alfabetizadas e outras 86 mil são atendidas pelo programa de capacitação profissional.
Para a presidente da Federação Nacional de Mulheres da China, Gu Xiulian, o seminário fortalece a luta feminina no sentido de "garantir os direitos e interesses das mulheres, impulsionar a participação das mulheres na política e na tomada de decisões". Nos últimos 30 anos, as mulheres chinesas conquistaram importantes vitórias no campo social, além de uma crescente participação em cargos políticos no país. Nos últimos cinco anos, cinco milhões de chinesas desempregadas passaram por cursos de capacitação, e destas, mais de dois milhões encontraram trabalho.
Em 1995, cerca de 40 representantes da Confederação das Mulheres do Brasil participaram da IV Conferência Mundial da Mulher, em Pequim. No encontro, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), as brasileiras conheceram, já naquela época, as ações conjuntas do governo chinês e da Federação Nacional de Mulheres da China pela integração da mulher no país. O evento em Pequim é considerado um marco nas relações entre as duas organizações femininas.